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As prioridades mais valorizadas pelos CEOs em tempos de crises

As prioridades mais valorizadas pelos CEOs em tempos de crises

Seis ações que estão nas agendas dos líderes CEOs para lidar com a economia turbulenta e mirar na próxima etapa de crescimento.

Imagem de Malachi Witt por Pixabay

Se executivos CEOs tivesse dormido em 2019 e só acordado agora, provavelmente não iria reconhecer o mundo dos negócios de 2022. A pandemia de covid-19 e todas as suas consequências sociais e econômicas reescreveram as regras deste universo e, hoje, já é normal ter que lidar com novas e disruptivas crises no cotidiano.

Neste cenário, a gestão das organizações é muito mais difícil do que apenas alguns anos atrás e uma das tarefas mais complicadas para seus CEOs é decidir o que é preciso ser feito e o que pode esperar. Ou seja, definir quais são as reais prioridades.

Para tentar responder à pergunta “o que realmente importa atualmente?”, a McKinsey & Company, empresa de consultoria empresarial americana, entrevistou centenas de líderes empresariais e encontrou seis prioridades que aparecem na agenda de CEOs de todo o mundo.

São ações que os estrategistas por excelência das companhias estão tomando tanto para aumentar as defesas dos negócios contra tempos turbulentos quanto ganhar terreno contra concorrentes, o que exige um olhar estratégico para o futuro e a formulação de soluções para problemas que precisam ser enfrentados já.

Prioridade nº 1: resiliência

Por que alguns negócios conseguiram sobreviver e chegar neste período de pós-pandemia e outros não? A resposta está em uma palavra: resiliência. Ela já carrega certa reputação no mundo corporativo, mas é preciso destrinchar o conceito para além do senso-comum.

A resiliência se coloca como uma estratégia central na gestão de crises, afinal, operar em um mundo em eterna volatilidade e instabilidade é lidar com crises dia após dia. Este cenário exige que as companhias atuem muito mais rápido e se adaptem constantemente. É disso que se trata a resiliência institucional: a habilidade de permanecer firme ou se transformar diante de ameaças imprevisíveis e, então, emergir mais forte.

Também é importante que esta prioridade dos CEOs esteja presente nas diversas dimensões dos negócios, desde finanças, operações, modelo de negócio e tecnologia à questão organizacional e de reputação da marca. Para isso, o primeiro passo é questionar o quanto seu negócio é resiliente hoje. A partir daí, é possível entender as necessidades do futuro e desenhar uma estratégia resiliente que possa ser mantida ao longo do tempo.

Prioridade nº 2: coragem

Com a economia turbulenta e com tantos indicadores em vermelho, é tentador para líderes empresariais darem um passo atrás, adiar algumas iniciativas e colocar metas mais modestas. Para os CEOs entrevistados pela McKinsey & Company, todas estas são atitudes tentadores, sim, porém equivocadas.

Colocar a coragem como prioridade não significa ser imprudente. Pelo contrário, estudos da empresa americana demonstraram que posturas somente defensivas tendem a levar a performances medianas, enquanto posturas somente ofensivas entregam uma mistura de ganhos ocasionais com algumas falhas catastróficas.

Por isso, os melhores líderes e companhias são “ambidestros” em certo sentido: prudentes ao gerir crises e dificuldades e corajosos em buscar ganhos, vantagens e inovação. Estes CEOs estão pensando na próxima década, não apenas no próximo mês. Isso significa que, com coragem, eles estão levando suas empresas a repensar oportunidades e estratégias de negócios por completo.

Um bom exemplo é o que um dos CEOs entrevistados declarou: “eu não quero que tornar nossa performance referência para a indústria – eu quero reinventar esta indústria”.

Prioridade nº 3: novos negócios

Falando em coragem, que tal se aventurar em um setor completamente distinto de negócio? Diferentemente de evoluir em uma mesma área, esta é uma nova jornada mais difícil, mas que mais da metade dos executivos entrevistados consideraram como a prioridade top 3 para os próximos anos.

Segundo o levantamento feito diretamente com esta centena de CEOs, um dos solos mais férteis para novos negócios hoje é a tecnologia verde ou sustentável. A pesquisa da McKinsey & Company identificou 11 companhias importantes nesta área, cujo valor somado pode chegar a U$12 trilhões em alguns anos.

Sem perder oportunidades, executivos precisam lembrar que, em tempos de vacas magras, eles têm uma vantagem que startups não têm: possuir os ativos necessários para endossar novos negócios de sucesso.

Prioridade nº 4: tecnologia como base de crescimento

Tecnologias melhores e mais inovadoras foram apontadas como a quarta prioridade dos CEOs ao redor do mundo. E a escolha vale tanto para as novas oportunidades em negócios verdes quanto para diversos outros cenários, como em companhias non-tech que estão se digitalizando ou empresas que buscam tirar o máximo proveito do momento de transformação digital.

Para continuar evoluindo e não ficar para trás, os CEOs estão atentos a novas oportunidades que tragam a tecnologia como base e às maiores tendências tecnológicas para os próximos anos, como aplicações de IA, conectividade avançada, bioengenharia, machine learning, realidade virtual imersiva, energia limpa e consumo sustentável, entre outros.

Prioridade nº 5: neutralidade de carbono

A questão ambiental entrou de vez na agenda dos líderes mundiais. Não só a intenção em alcançar a neutralidade de carbono (equilíbrio entre as emissões e a absorção do dióxido de carbono, fazendo com que o saldo na atmosfera seja neutro) apareceu nas prioridades dos CEOs entrevistados, como conseguiu se manter relevante mesmo em um cenário de crise.

Afinal, é fácil deixar a preocupação com a sustentabilidade dos negócios de lado quando também aparecem na equação inflação, guerra, insegurança energética e recessão econômica. Não foi o que aconteceu. Dessa forma, o relatório da McKinsey & Company destaca o tema se firmar como prioridade como uma boa notícia. Caberia aos CEOs, portanto, também tomar a liderança na meta por carbono zero.

Prioridade nº 6: reconstruir a experiência do empregado

Engana-se quem pensou que os CEOs só têm olhos e cabeça para novas oportunidades de negócios e prospecções de se manter relevante no mundo corporativo. Eles reconhecem que pessoas estão por trás de qualquer iniciativa de sucesso, por isso, seus empregados ou colaboradores também são importantes e estão no centro de qualquer estratégia.

Com o cenário pós-pandêmico e as relações mais transacionais no mundo corporativo, o objetivo agora é reengajar a força de trabalho, reconstruindo a experiência do empregado. Novos planos de engajamento incluem acertar a medida do trabalho híbrido, ter planos de retenção de talentos e pensar o escritório do futuro – um lugar para ver amigos, desenvolver ideias e encontrar significado para aguentar toda uma semana de reuniões em vídeo.

 

Fonte: Consumidor Moderno